Em 2000, a ONU – Organização das
Nações Unidas, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8
Objetivos do Milênio – ODM, que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o
Mundo – que devem ser atingidos por todos os países até 2015.
Juntos nós podemos mudar a nossa
rua, a nossa comunidade, a nossa cidade, o nosso país.
A REDE BRASIL VOLUNTÁRIO, que
congrega centros de voluntariado de todo o Brasil, consciente da importância
desse projeto, criou este site para estimular debates e propiciar o conhecimento
e o engajamento de todos os interessados em participar de ações, campanhas e
projetos de voluntariado que colaborem com os ODM.
Aqui você encontra exemplos de
como muitos já estão contribuindo para que o Brasil alcance esses objetivos.
Para mais informações sobre os 8 Jeitos de Mudar o Mundo, entre em contato com
o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento pelos sites
www.pnud.org.br ou www.portalodm.com.br .
1. ACABAR COM A FOME E A MISÉRIA
BRASIL: Já foi cumprido o objetivo
de reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza até 2015:
de 25,6% da população em 1990 para 4,8% em 2008.
Mesmo assim, 8,9 milhões de
brasileiros ainda tinham renda domiciliar inferior a US$ 1,25 por dia até 2008.
Para se ter uma idéia do que isso representa em relação ao crescimento
populacional do país, em 2008, o número de pessoas vivendo em extrema pobreza
era quase um quinto do observado em 1990 e pouco mais do que um terço do valor
de 1995.
Reduzir pela metade, até 2015, a
proporção da população com renda inferior a um dólar por dia e a proporção da
população que sofre de fome.
SUGESTÕES DE AÇÕES:
Procurar informações sobre
direitos e deveres dos cidadãos, para divulgá-los na comunidade e fiscalizar os
órgãos competentes.
Atuar como capacitador
voluntário, promovendo orientação profissional para os pequenos negócios do
bairro.
Elaborar e distribuir material
orientando sobre o que é uma boa alimentação.
Organizar e promover atividades
de educação alimentar, visando o aproveitamento integral dos alimentos.
Aproveitar ao máximo os
alimentos, cuidando de sua correta conservação, usando receitas alternativas e
promovendo o não desperdício.
Fazer um Mural da Cidadania em
escolas e locais públicos. Pesquisar e divulgar ofertas de trabalho, cursos de
capacitação profissional e geração de renda e serviços à comunidade (saúde,
documentos, previdência, bolsa-família, etc).
Formar um grupo de mães de alunos
que ensinem o melhor aproveitamento dos alimentos, para evitar desperdícios.
Monitorar a merenda escolar e
comunicar qualquer irregularidade ao Conselho de Alimentação Escolar, ao
Ministério Público ou ao Ministério da Educação pelo telefone gratuito 0800 61
6161.
Buscar parcerias que ajudem a
enriquecer a alimentação oferecida por escolas e organizações sociais.
Fazer uma horta caseira e
incentivar os vizinhos e as escolas do bairro a fazerem o mesmo.
Sensibilizar supermercados,
restaurantes e quitandas para o não desperdício, informando-os sobre locais
para onde podem ser encaminhados os alimentos excedentes.
Valorizar o desenvolvimento
local, comprando e promovendo o uso de produtos do comércio solidário.
BRASIL: Os dados do 4º Relatório
Nacional de Acompanhamento dos ODM são de 2008: 94,9% das crianças e jovens
entre 7 e 14 anos estão matriculados no ensino fundamental.
Nas cidades, o percentual chega a
95,1%. O objetivo de universalizar o ensino básico de meninas e meninos foi
praticamente alcançado, mas as taxas de frequência ainda são mais baixas entre
os mais pobres e as crianças das regiões norte e nordeste. Outro desafio é com
relação à qualidade do ensino recebida.
Garantir que, até 2015, todas as
crianças, de ambos os sexos, tenham recebido educação de qualidade e concluído
o ensino básico.
SUGESTÕES DE AÇÕES:
Falar com os diretores das
escolas e se oferecer como voluntário, pois com certeza saberão aproveitar sua
disponibilidade.
Identificar os alunos que estão
faltando muito às aulas e incentivá-los a voltar a freqüentar a escola.
Mostrar que atividades
recreativas e esportivas também são educativas. Disciplina, respeito e
cooperação podem ser reforçados nesses momentos.
Organizar ou participar de
campanhas de doação de livros e de materiais didáticos para instituições e
bibliotecas.
Fazer e manter uma biblioteca
alegre e acolhedora, e mostrar que a leitura é um prazer.
Acolher e respeitar os alunos
especiais, além de denunciar professores e escolas que não promovam a inclusão
dos portadores de deficiências.
Identificar crianças fora da
escola e encaminhá-las para o ensino, além de denunciar o fato ao Conselho
Tutelar da cidade.
Fazer o acompanhamento de uma
criança incentivando-a e monitorando seu desempenho.
Participar do Conselho Escolar e
acompanhar o desempenho da escola.
Organizar aulas de reforço
escolar para estudantes com dificuldades de aprendizagem.
Fazer um levantamento dos
analfabetos em seu bairro e incentivá-los a freqüentar um curso de
alfabetização.
Incentivar a criação e o trabalho
voluntário em creches para crianças de 0 a 4 anos.
BRASIL: As mulheres já estudam mais que os
homens, mas ainda têm menos chances de emprego, recebem menos do que homens
trabalhando nas mesmas funções e ocupam os piores postos. Em 1998, 52,8% das
brasileiras eram consideradas economicamente ativas, comparadas a 82% dos
homens. Em 2008, essas proporções eram de 57,6% e 80,5%. A participação nas
esferas de decisão ainda é pequena. Em 2010, elas ficaram com 13,6% dos
assentos no Senado, 8,7% na Câmara dos Deputados e 11,6% no total das
Assembleias Legislativas.
Eliminar a disparidade entre os
sexos no ensino em todos os níveis de ensino, no mais tardar até 2015.
SUGESTÕES DE AÇÕES:
Visitar a câmara municipal,
entrevistar as vereadoras e conhecer suas propostas para ajudar as mulheres de
sua cidade.
Divulgar que existem, nas grandes
cidades, centros de atendimento para mulheres, onde elas podem denunciar a
violência e ter um acompanhamento físico e psicológico.
Identificar e divulgar novas
oportunidades de trabalho para mulheres.
Incentivar ações que estimulem as
mulheres a buscar alternativas de geração de renda.
Educar filhos e filhas para que
eles realizem, com igualdade, o trabalho do dia a dia em casa.
Não reproduzir expressões como
“isso é coisa de mulher”, que sejam contra a dignidade da mulher ou que a
coloquem em situação de inferioridade.
Denunciar casos de violência,
abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes pelo telefone gratuito
0800 99 0500 ou procurar o Conselho Tutelar da cidade. Nos casos de agressão
física e de violência sexual contra mulheres, ligar para o telefone gratuito do
Disque Denúncia da Polícia Civil 0800 84 29 99 (RN).
Não empregar crianças, para não
prejudicar seu desenvolvimento ou comprometer sua infância, e denunciar os
casos conhecidos de trabalho infantil para a Delegacia Regional do Trabalho.
Não valorizar e não comprar
produtos que explorem o corpo da mulher em sua comercialização, exigindo o
cumprimento da regulamentação publicitária e fortalecendo o senso critico da
sociedade.
Atuar em atividades em prol da
melhoria da auto-estima das mulheres, promovendo a valorização e o respeito em
todas as fases do seu ciclo de vida (infância, adolescência, gravidez,
maternidade, velhice).
Encorajar as jovens para que
busquem seu desenvolvimento socioeconômico, por meio da educação e do trabalho.
Incentivar adolescentes mães a
retomarem seu projeto de vida, combatendo qualquer situação que dificulte seu
acesso às escolas públicas.
BRASIL: A mortalidade de crianças com menos
de um ano foi de 47,1 óbitos por mil nascimentos, em 1990, para 19 em 2008. Até
2015, a meta é reduzir esse número para 17,9 óbitos por mil. A expectativa é de
que esse objetivo seja cumprido ainda antes do prazo, mas a desigualdade ainda
é grande: crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer do que as
ricas, e as nascidas de mães negras e indígenas têm maior taxa de mortalidade.
Por região, o Nordeste apresentou a maior queda nas mortes de zero a cinco
anos.
Reduzir em dois terços, até 2015,
a mortalidade de crianças menores de 5 anos.
SUGESTÕES DE AÇÕES:
Fazer campanhas para mostrar:
* Como as vacinas protegem o bebê;
* Como a higiene pode evitar algumas
doenças;
* Nutrição adequada para o bebê;
·
Importância do aleitamento materno.
BRASIL: Foi registrada uma redução na
mortalidade materna, desde 1990, de praticamente 50%. A Razão de Mortalidade
Materna (RMM) corrigida para 1990 era de 140 óbitos por 100 mil nascidos,
enquanto em 2007 declinou para 75 óbitos. O relatório explica que a melhora na
investigação dos óbitos de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos de idade),
que permite maior registro dos óbitos maternos, possivelmente contribuiu para a
estabilidade da RMM observada nos últimos anos da série.
Reduzir em três quartos, até
2015, a taxa de mortalidade materna. Deter o crescimento da mortalidade por
câncer de mama e de colo de útero.
SUGESTÕES DE AÇÕES:
Fazer campanhas sobre:
-Planejamento familiar.
-Prevenção do câncer de mama e de
colo de útero.
-Gravidez de risco.
-A importância do exame
pré-natal.
-Nutrição da mãe e aleitamento
materno.
Não se automedicar e não receitar
remédios para gestantes.
Propiciar um ambiente agradável,
afetivo e pacífico às gestantes em casa, no trabalho, no dia a dia, dando
prioridade a elas, cedendo a vez em filas, auxiliando-as em seu deslocamento e
no carregamento de pacotes.
Presentear uma grávida em
situação de desvantagem social com um enxoval para seu bebê.
Acompanhar uma gestante,
garantindo a realização do pré-natal, oferecendo transporte para as consultas e
facilitando a aquisição de medicamentos, quando necessário.
Divulgar informações sobre saúde
para gestantes e articular palestras em Postos de Saúde, Centros Comunitários e
instituições como a Pastoral da Criança.
Participar de iniciativas
comunitárias voltadas para a melhoria da saúde materna e o atendimento à
gestante (pré-natal e pós-parto).
Incentivar o debate entre a
universidade, a escola e a comunidade.
Reunir mulheres grávidas para
troca de experiências.
Incentivar a educação para
gestantes.
6. COMBATER A AIDS, A MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS
BRASIL: O Brasil foi o primeiro país em
desenvolvimento a proporcionar acesso universal e gratuito para o tratamento de
HIV/AIDS na rede de saúde pública. Quase 200 mil pessoas recebem tratamento com
antirretrovirais financiados pelo governo. A sólida parceria com a sociedade
civil tem sido fundamental para a resposta à epidemia no país.
De acordo com o UNAIDS, a prevalência de
HIV no Brasil é de 0,5%, com cerca de 600 mil pessoas infectadas.
Até 2015, ter detido a propagação
do HIV/Aids e garantido o acesso universal ao tratamento. Deter a incidência da
malária, da tuberculose e eliminar a hanseníase.
SUGESTÕES DE AÇÕES:
Fazer visitas domiciliares para
mostrar os locais que podem favorecer a dengue, principalmente no verão, época
de epidemias de dengue.
Incentivar a população a
participar das campanhas de vacinação.
Fazer campanhas de informação,
mobilização e prevenção à Aids e de outras doenças epidêmicas.
Divulgar informações sobre todas
as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), na comunidade. Orientar sobre
sintomas e busca de tratamento médico.
Fazer levantamento sobre os
serviços disponíveis – remédios, postos de saúde, centros de atendimento.
Cuidar de nossa higiene, e
incentivar e orientar que outros façam o mesmo.
Usar preservativo, exigir sangue
testado e não compartilhar seringas e agulhas, prevenindo-se do HIV.
Procurar um posto de saúde ao
identificar manchas avermelhadas ou esbranquiçadas, dormentes na pele.
Hanseníase tem cura.
Doar sangue periodicamente aos hemocentros
e estimular que outras pessoas o façam.
Não deixar acumular água em
plantas, vasos, calhas, pneus, vidros e outros recipientes, evitando que surjam
focos do mosquito transmissor da dengue em casa, na rua, no bairro.
Encaminhar as pessoas com febre e
tosse persistentes ao serviço de saúde, além de orientar os portadores de
tuberculose para que façam o tratamento completo – mesmo que não apresentem
mais os sintomas da doença.
Sensibilizar familiares e amigos
a não estimularem o consumo de bebida alcoólica por crianças e adolescentes,
contribuindo para prevenir o alcoolismo e suas conseqüências.
Identificar, na família e na
comunidade, pessoas que fazem uso abusivo de álcool, encaminhando-as aos
serviços de saúde para tratamento médico e apoio psicossocial.
Incentivar o debate entre a
universidade, as escolas e a comunidade para atingir mais amplamente esse
objetivo.
7. QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO
AMBIENTE
BRASIL: O país reduziu o índice de
desmatamento, o consumo de gases que provocam o buraco na camada de ozônio e
aumentou sua eficiência energética com o maior uso de fontes renováveis de
energia. Acesso à água potável deve ser universalizado, mas a meta de melhorar
condições de moradia e saneamento básico ainda depende dos investimentos a
serem realizados e das prioridades adotadas pelo país. O ODM 7 é considerado
por muitos como um dos mais complexos para o país, principalmente na questão de
acesso aos serviços de saneamento básico em regiões remotas e nas zonas rurais.
Promover o desenvolvimento
sustentável, reduzir a perda de diversidade biológica e reduzir pela metade,
até 2015, a proporção da população sem acesso a água potável e esgotamento
sanitário.
SUGESTÕES DE AÇÕES:
Fazer campanhas de uso racional
de água e energia.
Plantar árvores nas ruas é muito
importante, porém é preciso pedir licença à prefeitura e aos moradores.
Implementar a coleta seletiva nas
escolas, no condomínio ou no bairro e divulgar o benefício de produtos
biodegradáveis ou recicláveis.
Realizar mutirões de limpeza e
rearborização de praças, rios e lagos.
Contribuir com a limpeza da
cidade, praticando ações simples como não acumular lixo em casa, ruas,
terrenos, praias, rios e mares. Não jogar lixo pela janela.
Não fumar em ambientes públicos
fechados.
Utilizar a água que sobrou da
chaleira, do cozimento de ovos e da lavagem de vegetais para aguar plantas.
Armazenar água da chuva, em recipientes fechados, para lavar carros e calçadas,
economizando água – recurso natural limitado – nas ações cotidianas.
Diminuir o uso de energia
elétrica entre 6 e 9 horas da noite. Desligar aparelhos que não estão sendo
usados, economizando e evitando a falta de energia elétrica.
Economizar papel. Imprimir apenas
documentos importantes e procurar usar os dois lados da folha. O verso de uma
folha pode ser usado como rascunho, bloco de recados ou para os desenhos das
crianças.
Participar de ações de
preservação e defesa de mangues, rios e mares.
Participar de projetos sociais
para construção de cisternas e casas com esgotamento sanitário para famílias de
baixa renda, em áreas urbanas ou rurais.
Incentivar o uso de sacolas
reutilizáveis para compras.
Incentivar o uso de produtos
feitos com material reciclado.
BRASIL: O Brasil foi o principal articulador da criação do G-20 nas
negociações de liberalização de comércio da Rodada de Doha da Organização
Mundial de Comércio.
Também se destaca no esforço para
universalizar o acesso a medicamentos para a Aids.
O país é pró-ativo e inovador na promoção
de parcerias globais usando a cooperação sul-sul como veículo.
Avançar no desenvolvimento de um
sistema comercial e financeiro não discriminatório. Tratar globalmente o
problema da dívida dos países em desenvolvimento. Formular e executar
estratégias que ofereçam aos jovens um trabalho digno e produtivo. Tornar
acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial de informação e de
comunicações.
SUGESTÕES DE AÇÕES:
Escolher temas de interesse comum
e promover encontros entre escola e comunidade e organizações sociais – é
fundamental continuar aprendendo coisas novas sempre.
Organizar o grêmio da escola que
pode desenvolver vários cursos como inclusão digital e geração de renda.
Divulgar o que já está sendo
feito pela comunidade, no jornal da escola, do condomínio ou do bairro– nada
melhor do que compartilhar experiências.
Convidar amigos, vizinhos,
empresas e instituições a participarem. Enquanto o seu grupo faz uma ação,
muitos outros também estão fazendo a sua parte. O sucesso de um projeto de
voluntariado depende das pessoas envolvidas e das parcerias realizadas.
Não votar em candidatos que
ofereçam, em troca de votos, favores como emprego, dinheiro, cestas básicas,
consultas médicas etc.
Fiscalizar a atuação dos
políticos, exigindo que eles cumpram as promessas de campanha.
Exercer o dever de cidadão,
participando ativamente do planejamento da cidade – por meio do Orçamento
Participativo, do Plano Diretor ou dos Conselhos Municipais.
Participar de discussões e
projetos em prol dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs),
incentivando o engajamento de outras pessoas, organizações e empresas.
Formar parcerias com setor
público, empresas, associações e conselhos, a fim de resolver os problemas mais
relevantes do bairro.
Sensibilizar o Conselho de Bairro
para que reivindique o acesso a medicamentos seguros e a preços acessíveis.
Sensibilizar o Conselho de Bairro
para que reivindique o acesso à Internet e a outros meios de comunicação, além
de se disponibilizar para projetos de inclusão digital voltados para jovens em
situação de desvantagem social.
Promover ações voluntárias na
comunidade, contribuindo para o desenvolvimento urbano e para o alcance dos
Objetivos do Milênio.
Mais detalhes aqui: http://www.objetivosdomilenio.org.br
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